Desde que a pandemia da COVID-19 chegou que começaram as dúvidas e especulações sobre a doença e como ela nos afetaria a curto e a longo prazo.

No universo das gestantes esse tema é tratado com bastante cuidado, não só por conta da vacinação, mas também dos cuidados que elas devem ter se contraírem a doença antes, durante ou após o parto.

Quais os efeitos da COVID-19 nas gestantes?

De modo geral as gestantes devem tomar os mesmos cuidados recomendados à população como um todo.

Fazer a higiene das mãos com água e sabão ou álcool em gel 70%, manter distanciamento acima de 1 metro de outras pessoas e isolamento social.

E claro, sempre lembrar ao sair de casa de manter os cuidados e sempre usar máscara facial.

Mas o que difere as gestantes da população em geral?

Fisiologicamente a maior diferença aqui é a capacidade imunológica, pois a mulher grávida é mais suscetível a aquisição de infecções, entre as quais, a COVID-19.

E por ser uma doença relativamente recente é necessário ter bom senso no trato com ela.

Alguns relatos científicos nos mostram que até gestantes consideradas saudáveis podem desenvolver quadros clínicos graves da doença, apesar de ser uma exceção e não uma regra.

As grávidas de “baixo risco” geralmente desenvolvem a doença de modo leve e algumas até de forma assintomática.

Já as gestantes que já tem algum tipo de comorbidade, como:

  • Hipertensão arterial
  • Diabetes
  • Cardiopatia
  • Problema pulmonar(asma ou bronquite crônica)

Estas, precisam se cuidar mais, especialmente em relação ao isolamento social.

Existe algum risco maior para a gestante que contrai COVID-19?

Sim. De acordo com a Febrasgo(Federação brasileira de ginecologia e obstetrícia):

“Após a análise dos dados de morbidade, mortalidade e risco de óbito por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) por COVID-19 em gestantes e puérperas, foi considerado que o risco de agravamento e óbitos em gestantes e puérperas após a infecção por SARS-CoV2  mostrou uma elevação significativa nas semanas 17 a 23 de 2021, sendo então recomendado a retomada da vacinação contra covid-19 em gestantes sem comorbidades e/ou fatores de risco com as vacinas inativadas Coronavac e Pfizer, sem a necessidade de indicação ou relatório médico.”

Ainda de acordo com a Febrasgo, a SRAG(Síndrome Respiratória Aguda Grave) por COVID-19 está associada a um risco elevado de morbidade e mortalidade materna, além de um maior risco de prematuridade e óbito fetal.

Dra., a gestante deve fazer o pré-natal?

Sim, pois o acompanhamento do pré-natal é fundamental tanto para as gestantes de baixo risco, como as de alto risco.

As gestantes de alto risco devem obedecer o calendário de consultas e exames necessários para afastar qualquer descontrole do seu quadro clínico.

No caso de ter alguns sintomas como: febre, coriza, dor de cabeça, tosse ou/e dor no corpo, ou seja, sintomas tratáveis em casa, a recomendação é que permaneça em casa de repouso e mantenha-se hidratada.

Nesse casos não se recomenda a ida da gestante ao ambiente hospitalar, pois independente do diagnóstico de certeza, se não for COVID-19 ela pode contrair o vírus no hospital.

Mas se os sintomas persistirem ou se agravarem a gestante deve procurar o serviço médico para avaliar a situação.

Lembrando que a gestante não deve tomar nenhum medicamento que não foi orientado e prescrito pelo seu médico.

Se a gestante estiver com COVID-19 o bebê também será afetado?

Ainda existem muitas dúvidas quanto à transmissão vertical, da mãe para o bebê, mas já se sabe que não é possível identificar o vírus no líquido amniótico e nem no sangue que circula no cordão umbilical.

Então, aparentemente, não existe a transmissão durante a gestação, mas já existem relatos de bebês recém-nascidos com quadro de COVID-19.

Situação onde ainda não se sabe em que momento foi a transmissão, se foi durante a gestação, no parto ou até mesmo após o nascimento.

O bebê pode se contaminar durante a amamentação?

Não. Hoje já se sabe que é perfeitamente seguro e que a COVID-19 não é transmitida pelo leite materno se a mãe estiver infectada pelo vírus.

Mas é claro que nesse caso a mãe deve manter todos os cuidados na higiene, no manuseio dos utensílios e do bebê, assim como manter a utilização da máscara durante a amamentação.

Pois mesmo a COVID-19 não podendo ser transmitida pelo leite, o bebê ainda pode ser infectado pelas outras formas habituais.

Enfim, mesmo sabendo que é um vírus recente e que ainda não se sabe exatamente quais efeitos ele pode causar no organismo, tanto a curto ou a longo prazo, já sabemos que é perfeitamente possível ter uma gestação saudável se todos os cuidados acima forem tomados.

Dra. Laura Roehe Costa

Médica Ginecologista e Obstetra

CRM 41277 RS | RQE 36270 | TEGO 2884382

(Conteúdo informativo e educacional. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte seu médico)


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