A vitamina D é uma das substâncias mais importantes produzidas pelo nosso organismo, mas muita gente ainda não sabe exatamente quais são os seus benefícios e onde ela atua.

A cada dia novas evidências mostram como a vitamina D é importante, não só para o metabolismo normal dos ossos, como também para a adequada função de outros sistemas e tecidos.

A deficiência de vitamina D tem se mostrado prevalente em quase todas as regiões do mundo apesar da alta disponibilidade de luz solar.

No Brasil a porcentagem de indivíduos com insuficiência de vitamina D é bastante elevada e aumenta progressivamente nas latitudes mais ao sul, chegando a cerca de 25% da população feminina acima de 60 anos na cidade de Porto Alegre, por exemplo.

Já entre os adolescentes essa porcentagem pode subir até 60%.

E por que a vitamina D é tão importante para a saúde Dra.?

Porque além de fortalecer a saúde óssea, por meio da absorção de cálcio e fosfatos ela também influencia na regulação dos sistemas cardiovascular, muscular, nervoso, metabólico e imunológico.

Por isso que se ouve tanto que “tomar banho de sol faz bem”, mas manter esse hábito passa despercebido por muitas pessoas, ainda mais em tempos de pandemia, onde as pessoas se acostumaram com o isolamento social e passaram a se expor cada vez menos ao sol.

Ao tomar sol o precursor da vitamina D, que fica armazenado na nossa pele, é ativado no organismo por meio da radiação ultravioleta.

Em torno de 80% da vitamina D que circula no nosso organismo somos nós que produzimos.

Leia também sobre parto humanizado.

O papel da vitamina D nas gestantes

Alguns estudos têm mostrado correlações entre a deficiência de vitamina D na gestação com um maior risco de:

  • Abortamento habitual; 
  • Pré-eclâmpsia;
  • Diabetes gestacional; 
  • Parto prematuro; 
  • Depressão pós-parto; 
  • Ossificação fetal prejudicada;
  • Crescimento fetal restrito e
  • Hipocalcemia neonatal

A deficiência de vitamina D materna pode interferir na homeostase óssea, o que pode levar ao raquitismo congênito e fraturas no recém nascido.

Os efeitos da suplementação de gestantes com vitamina D sobre os resultados da gravidez são bastante animadores. 

Seja em dose única ou contínua, essa suplementação visa aumentar a 25-hidroxivitamina D (25-OHD) do soro no termo e reduzir o risco de pré-eclâmpsia, baixo peso ao nascer, parto prematuro, além de provocar aumento do comprimento e da circunferência da cabeça do recém-nascido.

Há evidências significativas no sentido de que, quando vitamina D e cálcio são combinados, o risco de parto prematuro é aumentado, então nesse caso, deve-se ter uma cautela maior.

Apesar de não existir consenso, a maioria das pesquisas recomendam a suplementação pré-natal com vitamina D, rotineiramente, para todas as gestantes a fim de melhorar os resultados materno-infantis.

Relação entre a deficiência de vitamina D e abortos espontâneos

Um estudo feitos por pesquisadores da universidade de Tel- Aviv, em Israel, mostrou que mulheres com deficiência de vitamina D no organismo tem mais chances de serem inférteis ou sofrerem abortos espontâneos.

Essa descoberta reforça a importância de incluir o controle da vitamina D como mais uma suplementação no planejamento da gravidez para modular a resposta imunológica.

Então como aumentar os níveis de vitamina D no organismo?

Existem 3 formas de obter a vitamina D:

Com alimentos que são ricos em colesterol, como peixes, ovos e derivados do leite.

  • Pela exposição ao sol
  • Suplementação

O que acontece é que na maioria das vezes é muito difícil atingir níveis satisfatórios de vitamina D no organismo somente com a alimentação ou a exposição ao sol.

Os banhos de sol, em teoria, deveriam garantir essa manutenção, como tomar sol no início da manhã ou no final da tarde, mas nem sempre isso é suficiente. 

E ficar exposto ao sol em outros horários não é recomendado, já que a incidência da radiação solar é maior. 

Sem contar que ao colocar o protetor solar aumentamos a barreira contra a radiação pela pele, não conseguindo assim alcançar os níveis de vitamina D necessários. 

Então toda grávida precisa suplementar?

Não. Mesmo com uma dieta balanceada, se os níveis não estiverem como o esperado, não quer dizer necessariamente que a gestante precisará suplementar.

Pois a suplementação só deve acontecer em casos muito específicos, onde somente o médico especialista que acompanha a gestante poderá avaliar seu estado clínico e decidir se realmente existe a necessidade de suplementação.

Dra. Laura Roehe Costa

Médica Ginecologista e Obstetra

CRM 41277 RS | RQE 36270 | TEGO 2884382

(Conteúdo informativo e educacional. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte seu médico)


0 comentário

Deixe um comentário

Avatar placeholder

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *