Fazer jejum intermitente se tornou a nova dieta queridinha do momento.

Mas apesar de grande parte das pessoas só a fazerem pensando na perda de peso, ela é muito mais do que isso, é um estilo de vida.

E como tal, deve ser feita com responsabilidade e supervisão médica e nutricional.

Aliás, a prática de qualquer tipo de dieta deve ter sempre o acompanhamento de profissionais especializados da área da saúde.

E somente uma consulta com um médico e o acompanhamento  profissional podem dar certeza que você pode fazê-la. 

Fazer jejum intermitente, ou seja, passar longos períodos sem se alimentar, pode acarretar alguns problemas à saúde se você for de algum grupo de risco que não se encaixe nesse estilo de vida.

Como o grupo de gestantes e lactantes, por exemplo. 

Mas o que é jejum intermitente afinal?

O jejum intermitente é como um processo de abstinência alimentar por períodos de duração que podem variar, podendo ser aplicado como um hábito alimentar dietético de promoção à saúde.

É uma estratégia alimentar que está sendo muito utilizada nos dias atuais, mas que já é realizada há muito tempo, e consiste na alternância de períodos de jejum e janelas de alimentação

Nessa estratégia, o período ao qual o paciente se alimenta restringe-se a menos de 12 horas durante o dia, podendo chegar a intervalos de até 24 a 48 horas de jejum em alguns casos específicos. 

Muitos estudos têm sido realizados nessa área e muitos profissionais têm utilizado rotineiramente essa estratégia para tratamento da obesidade e melhora do perfil metabólico dos pacientes.

Mas, e aí? Gestante pode ou não fazer jejum intermitente? 

Bom, embora esse tipo de dieta aliada a períodos de jejuns possa beneficiar o metabolismo e diminuir as chances de desenvolver diabetes tipo 2, ela é desaconselhável para gestantes.

Pois é, mas isso tem um motivo.

Fazendo jejum, a mãe deixa de ter substrato de qualidade para o feto, e com isso ela passa a ter que fazer uso de outros metabolismos para suprir o bebê, metabolismos estes sem a qualidade ideal.

Não há motivos para a mãe fazer jejum durante a gravidez, a não ser quando vai colher exames de sangue, mas somente nesse caso. 

Em jejum prolongado, a grávida pode ter hipoglicemia, há o risco de a mãe ter menos líquido amniótico e do bebê nascer com baixo peso

O bebê pode até mesmo correr risco de morte

O risco de desmaio também existe, mesmo quando ela faz jejum somente uma vez, pois as necessidades do bebê são constantes. 

Gestantes devem se alimentar com certa frequência, de 3 em 3 horas ou de 4 em 4 horas, de acordo com o que seja recomendado para ela, baseado sempre no seu estado clínico e necessidades nutricionais.

É bom lembrar também, que a formação do paladar da criança inicia-se ainda dentro da barriga da mãe, por isso é muito importante manter uma dieta balanceada e equilibrada

Ficar mais de 4 horas sem se alimentar na gravidez já é um período prolongado, quem dirá 12 horas ou mais…

A alimentação correta da gestante é fundamental para o desenvolvimento da criança, pois os nutrientes consumidos pela mãe passam para o bebê pela placenta, e se a mãe não os consome o bebê também deixa de ser nutrido.

Gestação não é o momento para dietas restritivas e muito menos dietas com grandes intervalos sem alimentação, tá bem?!

Leia também sobre A importância da vitamina D na gestação.

E quem amamenta pode fazer jejum intermitente?

Amamentação e jejum intermitente são duas coisas incompatíveis.

No período da amamentação exclusiva e enquanto o bebê é altamente dependente da nutrição da mãe, as necessidades nutricionais, incluindo os numerosos micronutrientes, são extremamente importantes e em quantidades maiores na amamentação e na recuperação do pós-parto do que durante a gravidez.

Então, por isso, o jejum intermitente é algo que a mulher deve evitar enquanto está amamentando o seu neném, pois os riscos dos jejuns nesse período podem restringir a quantidade de alimentos e líquidos tanto para a mãe quanto para o bebê.

A amamentação é um processo que exige um suprimento contínuo de líquidos e calorias para que o fornecimento de leite materno seja suprido e as necessidades do organismo da mulher também sejam atendidas.

Limitar a quantidade de alimentos e líquidos por meio de qualquer tipo de jejum pode:

  • Diminuir o suprimento do leite materno
  • Provocar um estado nutricional inadequado
  • Provocar baixos níveis de energia e desidratação
  • Além dos sintomas clássicos, como dor de cabeça e queimação no estômago

Mesmo que o jejum permita consumir água, a comida corresponde a aproximadamente 20% da ingestão de líquidos de uma pessoa.

Por isso é fundamental que a gestante ou lactante conte com o acompanhamento do médico e do nutricionista durante toda a sua recuperação pós-parto e a amamentação, para que saiba direitinho tudo o que pode e não pode fazer e como deve funcionar a sua dieta.

E quando é hora de pensar em alguma dieta?

A gente sabe que muitas mães se incomodam bastante com o peso adquirido durante a gestação, e que em algum momento ela vai querer fazer algum tipo de dieta para voltar ao peso anterior.

Mas é preciso ter cuidado, pois o foco sempre deve ser a saúde e não emagrecer a qualquer custo.

A amamentação de qualidade é importante para a formação do bebê. 

Nos primeiros seis meses, ele recebe os nutrientes que precisa exclusivamente pelo leite materno. 

A partir do sexto mês, inicia-se a introdução alimentar: itens sólidos, como frutas e legumes, começam a fazer parte da vida do pequeno. 

Aí, algum tipo de dieta para perder peso já pode começar a ser pensada, desde que com muita cautela e ajuda de especialistas.

Dra. Laura Roehe Costa

Médica Ginecologista e Obstetra

CRM 41277 RS | RQE 36270 | TEGO 2884382

(O conteúdo e as informações deste post têm caráter meramente informativo e educacional. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte seu médico)


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