Não existe uma resposta certa para essa pergunta, o que existe são várias atitudes que o pai pode ter para ajudar e dar apoio em todos esse momentos.

Apesar da gestação ser um processo vivido de forma intensa e única somente pelo corpo da mulher, isto não significa que ela precise estar sozinha em suas etapas. 

É muito importante a presença do companheiro, que também está vivenciando a gravidez, só que de outra maneira, e também de uma rede de apoio acolhedora durante esses momentos. 

É um período de muita expectativa para muitos casais, e envolve inseguranças e sensações únicas, e ter com quem contar é fundamental. 

Para auxiliar em como o parceiro pode dar suporte nestes momentos, coloquei aqui no texto algumas situações que podem ser de grande ajuda durante essas fases.

Qual o papel do pai durante a gestação?

O pai pode e deve dar assistência em tudo que a grávida necessite durante a gestação, inclusive nos cuidados com ela mesma.

Ele deve estar atento às consultas médicas, aos exames necessários, à alimentação e ajudar no controle de ganho do peso dela. 

Tudo isso é importante para que a gestação não se torne mais pesada para a mãe do que para o pai. 

Essa assistência e acompanhamento durante a gravidez também é uma forma de curtir a gravidez, já que o pai só vai conseguir vivenciar de fato a paternidade após o nascimento do bebê. 

Durante o período da gestação se fazer presente ajuda, e muito, na elaboração de sua nova condição, que é ser pai. 

Essa relação será primordial e vai começar a criar a formação de um vínculo entre pai e filho, mesmo que o bebê ainda esteja dentro da barriga da mulher. 

Qual o apoio que o pai pode dar durante o parto?

Quando falamos da postura do pai durante o nascimento do bebê, estamos falando sobre o “suporte” que ele pode ser, tanto na parte emocional quanto em termos mais práticos, atendendo às demandas da mulher. 

Na sala de parto, independente da via de parto, se cesárea ou vaginal, o papel do companheiro é muito importante para a mãe. 

É o momento de estar junto, de transmitir segurança e de entender  o processo de dor que ela pode estar sentindo.

Caso o parto seja vaginal, o pai pode ajudar também com o desconforto físico, inclusive fazendo massagens ou acompanhando as respirações, que podem ser treinadas previamente com o auxílio de uma doula, por exemplo. 

Mais que dicas práticas, os encontros com a doula antes do parto podem ajudar a orientar o casal, para que saibam o que esperar e não se surpreendam com acontecimentos naturais do processo. 

Temos que pensar que quando estamos preparando a mulher para o parto, estamos preparando também o pai

Saber de tudo isso pode dar uma confiança maior, porque ele também está embarcando em um mundo que não conhece.

Outra atitude bacana do pai é ficar atento ao ambiente, para que a grávida se sinta mais segura e confortável e ajude a garantir a privacidade dela, como colocando uma luz mais baixa ou penumbra e uma música, caso ela se sinta mais confortável assim. 

Já no quarto, é fundamental que o pai respeite o momento de descanso e recuperação da mãe e se assegure de que as visitas não estão demandando muito da puérpera. 

Atualmente, por conta do vírus da COVID-19 os horários são mais restritos, mas quando há livre acesso o pai pode controlar as visitas, tendo em mente o quanto é importante o descanso para que a mãe se recupere.

Como dar apoio durante o puerpério?

Durante a recuperação do pós-parto com tudo novo que acontece, como os cuidados com o bebê e a nova configuração familiar, a repercussão psicológica na mulher requer um olhar cuidadoso da equipe de saúde, familiares e do companheiro. 

Assim, não receber apoio e acolhimento nesse momento pode tornar essa mulher mais vulnerável ao adoecimento mental, bem como agravar sentimentos de medo, ansiedade, insegurança e dificultar os cuidados com o bebê.

Como já falei mais acima, não existe uma resposta pronta ou fórmula secreta que solucione essa questão, mas algumas dicas de profissionais podem ajudar os casais a enfrentarem o período com mais tranquilidade. 

É preciso muito diálogo entre o casal para que ambos definam as reais necessidades dessa mulher durante o puerpério, já que na maioria das vezes o homem está disposto a ajudar, mas não sabe o que fazer, na prática.

Durante a gestação o pai já pode começar a organizar seus compromissos em relação ao trabalho dentro e fora de casa.

Infelizmente a licença para o pai é de cinco dias no Brasil, então geralmente ele não pode acompanhar ativamente os primeiros dias da criança. 

Mas ele pode sentar com a companheira e combinar no que ele pode ajudar, quando estiver em casa, nesse período.

O que ele pode fazer para auxiliá-la, como trocar fralda, dar banho, ficar com o bebê enquanto a esposa toma banho, fazer as refeições…enfim, qualquer tarefa que possa ajudar a não deixar a mãe tão sobrecarregada.

Não precisa ser perfeito, mas precisa ser feito

A gente não precisa criar toda uma ansiedade em volta desse momento. 

Durante toda a humanidade as pessoas tiveram filhos, e por isso deve-se tomar muito cuidado com o excesso de informação, já que a gente não aprende, teoricamente, a ser pai e mãe, a gente aprende na prática, no vínculo, no convívio, no cuidado e na relação.

Fazer parte da vida de um filho é fazer parte do seu mundo, é conhecê-lo. 

Desde o útero, a criança já escuta e discrimina as vozes dos pais devido à diferença de tonalidade. 

Portanto, o vínculo do bebê com a figura paterna se inicia ainda no útero, por isso é tão importante tudo que falamos para que o pai consiga criar um sentimento de proximidade maior com o bebê durante todos esses períodos iniciais.

Lembrando que a base de tudo e o que faz toda a diferença é um bom diálogo entre o casal desde o início.

Então, converse sempre com o seu parceiro ou sua parceira para que esses períodos possam ser vividos da melhor maneira possível, tá bem?!

Dra. Laura Roehe Costa

Médica Ginecologista e Obstetra

CRM 41277 RS | RQE 36270 | TEGO 2884382

(Conteúdo informativo e educacional. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte seu médico)


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