Muita gente fica em dúvida em achar que pólipo, cisto e mioma são a mesma coisa. Mas não são.

Esta é uma confusão comum, principalmente porque os três costumam provocar sintomas muito semelhantes, como dor na região pélvica e  a irregularidade na menstruação.

Mas nem sempre eles provocam sintomas e só são descobertos em exames de diagnóstico, como a ultrassonografia transvaginal.

São condições muito comuns em mulheres em idade reprodutiva, e mesmo sem apresentar sintoma algum é muito importante entender as diferenças entre os três.

Pólipos

Os pólipos geralmente são benignos, e caracterizam-se pelo crescimento desordenado de células do endométrio, que é a camada interna do útero, ou do colo do útero.

Eles são bastante comuns, aparecendo em aproximadamente 25% das mulheres, sendo mais frequente na pós-menopausa. 

Na maioria dos casos, não apresenta nenhum sintoma e acaba sendo diagnosticado durante exames ginecológicos de rotina.

Mulheres em idade fértil, assintomáticas e com pólipos pequenos podem ser acompanhadas clinicamente. 

Já a retirada cirúrgica, preferencialmente pela histeroscopia, é indicada em pacientes sintomáticas, inférteis, com pólipos maiores, na pós-menopausa e naquelas com fatores de risco ou suspeita de lesões pré-malignas ou malignas

Sintomas mais comuns são:

  • Aumento do fluxo ou da duração da menstruação, associado às cólicas abdominais
  • Infertilidade(dificuldade para engravidar)

Após a menopausa, os pólipos costumam causar sangramento vaginal e a chance de transformação maligna é maior, sendo indicado, nesse caso, retirá-lo. 

Mioma

Os miomas são tumores benignos  que podem ficar localizados tanto dentro do útero, quanto fora, instalados na parede uterina. 

Seu desenvolvimento é mais comum em mulheres entre 30 e 50 anos de idade. A tendência é que eles surjam na idade fértil e diminuam com a chegada da menopausa

Geralmente seu surgimento está relacionado a desordens hormonais e fatores genéticos.

Em casos leves, a paciente pode optar apenas por seguimento clínico e exames periódicos, mas quadros mais graves podem requerer tratamento medicamentoso, intervencionista ou cirúrgico. 

A escolha pelo tipo de tratamento leva em conta o tipo e a intensidade das queixas, a idade da paciente, a presença de infertilidade, o desejo da paciente em engravidar, os antecedentes cirúrgicos e as características dos miomas (localização, tamanho, tipo e quantidade).

Os sintomas mais comuns são:

  • Sangramento uterino anormal(aumento na duração e no volume do fluxo menstrual)
  • Dor pélvica 
  • Dificuldade para engravidar

É bom lembrar que a cirurgia não cura, ou seja, o fato de retirar os miomas existentes não impede que outros apareçam e se desenvolvam.

Por isso o acompanhamento com exames periódicos é tão importante para monitorar, principalmente em mulheres que pretendem engravidar.

Cisto

Cistos são estruturas que contêm líquido no seu interior. Eles podem ser fisiológicos ou patológicos.

Cistos fisiológicos são aqueles que se formam ao longo do ciclo menstrual

Nessa categoria temos os cistos foliculares (aqueles que se formam pelo desenvolvimento de um folículo, estrutura que contém um óvulo e o libera durante a ovulação) e os cistos de corpo lúteo (formado após a liberação do óvulo pelo folículo, e é responsável por liberar hormônios que preparam o útero para uma possível gravidez). 

Cistos fisiológicos desaparecem espontaneamente com o tempo.

Cistos patológicos são aqueles que não se originam pelas alterações do ciclo menstrual, e sim por alguma patologia, como por exemplo, os endometriomas (uma forma de endometriose que acomete os ovários).

Geralmente os cistos são benignos.

A maioria das mulheres portadoras de cistos são assintomáticas

Os sintomas, quando aparecem, geram dor e sensação de pressão na região pélvica

O cisto sempre deve ser avaliado por um especialista devido ao risco de se tratar de alteração maligna ou até mesmo ser um indicativo de endometriose(quando ele acomete o ovário).

Lembre-se que a assistência médica especializada é a melhor forma de prevenir, identificar e tratar esses quadros clínicos. 

Por isso, não negligencie as consultas e exames ginecológicos de rotina, eles são fundamentais para seu bem-estar e saúde. 

Afinal, o diagnóstico precoce é imprescindível para que a abordagem de tratamento seja menos invasiva e mais eficaz.

Agora ficou claro para você a diferença entre eles?

Dra. Laura Roehe Costa

Médica Ginecologista e Obstetra

CRM 41277 RS | RQE 36270 | TEGO 2884382

(Conteúdo informativo e educacional. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte seu médico)


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