Estamos no mês de agosto, que é o mês conhecido como Agosto Dourado, mês de incentivo ao aleitamento materno.

No Brasil, o mês do aleitamento materno foi instituído pela Lei nº 13.435/2.017, que determina que em agosto serão intensificadas ações intersetoriais de conscientização e esclarecimento sobre a importância do aleitamento materno.

De acordo com a WABA (Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação – Sigla em inglês), a campanha deste ano tem um foco especial com relação à pandemia da COVID-19.

“Durante a pandemia, o aleitamento materno tem sido afetado de forma positiva e negativa.

Devido aos bloqueios e restrições de movimento na maioria dos países, os pais tiveram mais tempo de estar em casa e se concentrar em cuidar e nutrir seus bebês. 

Por outro lado, a separação de mães e bebês devido aos riscos percebidos de transmissão do coronavírus tem sido praticada em vários países.

A OMS recomenda mantê-los juntos, porque o aleitamento materno não é apenas seguro, mas também previne a mortalidade neonatal excessiva.

O impacto da separação no início e continuidade do aleitamento materno pode ser devastador.”

Leia aqui matéria completa da WABA

Benefícios do aleitamento materno

A amamentação é um dos melhores investimentos para salvar vidas infantis e melhorar a saúde, o desenvolvimento social e econômico dos indivíduos e nações. 

Diferente dos demais tipos de leite que normalmente são comercializados, o leite materno contém todas as proteínas, gorduras, vitaminas, açúcares e água que uma criança precisa para se desenvolver.

Além de também ter anticorpos e glóbulos brancos que previnem as infecções e as doenças.

O leite materno é o alimento mais completo que existe para os recém-nascidos e é considerado uma das principais intervenções, com grande impacto para redução da mortalidade e morbidade neonatal e infantil

Ele é a melhor fonte de nutrição para os bebês e a forma de proteção mais econômica e eficiente para diminuir as taxas de mortalidade infantil, sendo capaz de reduzir em até 13% os índices de mortes de crianças menores de cinco anos, segundo o Ministério da Saúde. 

O Ministério da Saúde recomenda a amamentação até os 2 anos de idade ou mais e, de forma exclusiva, nos seis primeiros meses de vida, mesmo nas mães que tiveram casos confirmados de Covid-19. 

Por meio do leite materno o bebê recebe os anticorpos da mãe que o protegem contra doenças como, diarreia e infecções, principalmente as respiratórias

O risco de asma, diabetes e obesidade é menor em crianças amamentadas, mesmo depois que elas param de mamar. 

Além de ser, ainda, um excelente exercício para o desenvolvimento da face da criança, importante para que ela tenha dentes fortes, desenvolva a fala e tenha uma boa respiração.

Amamentação e COVID-19

Em meio à pandemia, dúvidas surgiram em relação ao risco da amamentação em mães com suspeita ou confirmação da Covid-19, estudos foram realizados, e a grande maioria apresentou totalidade das amostras de leite negativas.

Até o momento, a Organização Mundial da Saúde, assim como a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia orientam a manutenção do aleitamento.

Desde que a mãe tenha o desejo de amamentar, condição clínica para tal e siga as recomendações e cuidados abaixo:

  • Uso de máscara cobrindo nariz e boca, trocar se tossir, espirrar ou a cada mamada;
  • Higienizar mãos e mamas com água e sabonete e limpar superfícies compartilhadas;
  • No quarto, manter distância de pelo menos 1 metro entre a cama da mãe e berço do bebê;
  • Outra opção para fornecer o leite materno, seria a mãe retirá-lo com bomba higienizada, utilizando máscara e o leite ser fornecido à criança por pessoa saudável — a qual deve também seguir precauções, pois além da mãe, a criança pode estar infectada;
  • Esses cuidados devem ser mantidos por até 10 dias dos inícios dos sintomas maternos (ou 20 dias a depender da severidade da doença — alguns serviços consideram 20 dias sempre).

Estudos sobre o aleitamento materno

Dados disponíveis no site da SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria também revelam revelam que:

  • Mães adolescentes, que não tiveram dificuldade com aleitamento materno no início da amamentação, apresentam menores escores de depressão aos 6 meses após parto.
  • Diferenças na composição do leite materno protege a criança contra o desenvolvimento de doenças alérgicas.
  • Prematuros alimentados com leite materno apresentam efeito benéfico para a função cardíaca, na idade adulta.
  • A amamentação exclusiva por quatro a seis meses pode reduzir em 33% a incidência e a gravidade de dermatite atópica em crianças com história familiar de alergia.
  • Crianças amamentadas têm risco 35% menor de ter diabetes tipo 2 e 13% menor de ter sobrepeso/obesidade.
  • A amamentação exclusiva por quatro a seis meses pode reduzir em 33% a incidência e a gravidade de dermatite atópica em crianças com história familiar de alergia.
  • O aleitamento materno é protetor contra obesidade infantil, com efeito dose resposta.
  • A amamentação na infância protege contra o desenvolvimento de doença de Crohn e Retocolite ulcerativa.

(Os estudos estão disponíveis no site da SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria)

Tudo isso aliado ao fato de que o leite materno é gratuito, prático (você pode amamentar sempre e onde quiser), e não desperdiça recursos naturais ou polui o meio ambiente. 

Amamentar é um ato de amor, incentive e apoie você também!

Dra. Laura Roehe Costa

Médica Ginecologista e Obstetra

CRM 41277 RS | RQE 36270 | TEGO 2884382

(O conteúdo e as informações deste post têm caráter meramente informativo e educacional. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte seu médico)


1 comentário

Bruna · 11 de agosto, 2021 às 17:28

Muito importante falar sobre os benefícios do aleitamento e incentivar a amamentação num país com índices tão baixos nessa questão. Ter uma rede de apoio e profissionais que sejam pró amamentação é fundamental, assim como se preparar durante pre-natal com todas essas informações e saber que infelizmente para muitas mães essa não é uma etapa fácil mas pode ser de muito sucesso se bem orientada.

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